quinta-feira, 27 de março de 2014

Encardido














Não é mais do que puro orvalho maduro que me percorre o rosto
Libertando a insaciável saudade em cada gota ténebre
Sou um lacaio do espaço que julgo não ser meu
Uma vitima do tempo que só passou uma vez.


A gravidade torna o momento cada vez mais pesado
Que não me deixe sair a alma desta terra inerte.
A audaz matéria corrompeu a frágil mente
Apoderou-se a vergonha que levou o restante conteúdo.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Vaga

















Entre vagas...
Entre vidas que não voltam
Não vagam na vida.
Voltam e vagueiam pelas vivências
Perco-me entre vagas vencidas
Vindas da vontade que volta...
Na volta vaga da vida.

terça-feira, 4 de março de 2014

Esquisso-me



É noite demais para mim.
Torno-me circunscrito às minhas imperfeições
Nunca ninguém é quem queria ser
Sangro com a dor de ser quem sou.

Quando for velho, se algum dia o for...
Queria dissecar e olhar para trás
Observar se a ferida teimosamente sangra,
Se terá estancado ou a terei guardado para mim.

Por agora, o vento leva-me estas palavras,
Letra a letra, da sílaba que já não me soa.
Apenas notícias do fundo...
Defunto onde jaz esse sentimento.

O passado é aquilo que nós quisermos contar.
O futuro...seremos o que quisermos escrever.