domingo, 3 de julho de 2011

Heroína






Um estranho brilho no olhar.
Foi assim que começou, com um estranho brilho no olhar de um homem que transparecia uma falsa felicidade. Aqueles enganos que por vezes a vida nos coloca ou que nós como seres sociais nos colocamos a "jeito" para que isso aconteça.
A imagem com que fiquei daquele homem foi o suficientemente reveladora da sua vida, pequena e insignificante, engolida pela metrópole...enganada pelos sonhos cinzentos de uma cidade que vive demais da sua luz para perceber quem se encontra na sua sombra.
E foi também assim, que cheguei a estas palavras...


Por mais dez voltas que dê,
Não consigo libertar!
Ela devolve para dentro
O que nunca mais quis sair.

Sentimento viscoso,
Aquele que eu não queria.
O hábito não faz o monge,
Ele, fomenta a sangria.
--
Sem rumo, sem ceia...
Trigo ou a veia?
A minha Heroína,
Que me domina, que me bloqueia...

Sem rumo, sem ceia...
A mesma epopeia.
A minha heroína,
Que me fascina, que me anseia.
--

Verdade transparente,
Sua acidez é que mata.
Quero tanta libido!
O vicio faz-me falta.

Versos que já não rimam,
Nunca o foram outrora.
Nem literatura prozaica,
Consegue ler-me agora.

2011-02

Nenhum comentário:

Postar um comentário