sábado, 16 de julho de 2011

Mediocridade citadina


As nossas dimensões fazem-nos cegos.
Somos orgulhosamente desmedidos.
Sentimo-nos suportados pela grande cidade
Quando realmente sofremos de uma pequenês tamanha.

A atroz barbaridade do betão
Que ocupou a ordem natural das coisas
Impôs-se ao ciclo hidrológico.
Onde nem um mero barco de papel
Obteve permissão de terminar o seu destino.

Ali numa Rua qualquer, tão perto do Rio.
Engolido pela vanguarda.
Abraçado pelo calmo frio calcário
Mimado pela "pequenês" da cidade.

O pequeno determinado,
Bem mais cedo ou demasiado tarde,
Sabe que cumprirá o seu caminho.
Porque o intenso calor das luzes da Metrópole
Elevará a água do generoso Rio até às estrelas.
Onde o sonho fará chover mais uma noite...
Onde ele finalmente poderá retornar a sua casa.

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