quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Inversão de sentido



Aquela sensação de dar um "murro na mesa"...
Nunca sentiram?
O sentimento de querer mudar de alguma forma o sentido normal dos acontecimentos, mudar rotinas, mostrar que nos importamos com um futuro melhor e mais funcional.
O grito mudo que nos atormenta no dia-a-dia por não podermos exprimir por palavras aquilo de que somos realmente feitos.
Resta-nos verbalizar em gestos e acções e contagiar o nosso "redor".
Eu consigo, Tu consegues...Nós conseguimos
Para um...eu sei que consigo, tu também vais conseguir e juntos nós conseguimos.
Aqui fica um grito em jeito de ode com estrutura de poema.




Que se abram estas janelas da alma!
Que se materialize a já gasta esperança.
Que o seu desgaste tenha valido a pena
Pois não somos apenas pedaços de carne.


Que a coragem trace a personalidade!
Que os olhares não façam esconder o desejo.
Que o medo seja relegado para Pretérito Perfeito
Tão perfeito como deveria ser o nosso redor.


Que...não seja apenas condicional!
Seja concretizar, agir e amar.
Que esta seja a derradeira hipótese...
Essa mesma que vira tese e comprova:


"Não somos nada, se não fizermos mais do que somente isto...meras palavras."

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Conceito utilitário do ser humano







Eu nasço, estabilizo e cresço.
Eu brinco, socializo e aprendo.
Eu observo o mundo, critico e torno-me útil.

É este o ciclo inicial de um conjunto de etapas e processos a que curiosamente chamamos vida.
Cometo o sarcasmo por considerar que o ser humano como individuo aperfeiçoador do erro, tem etapas pouco dinâmicas fruto do comodismo social em que se insere.
Nas várias fases da nossa existência, colhemos o que semeamos e a qualidade das sementes poderá ser tão boa quanto a nossa predisposição para exponenciarmos o seu crescimento.

Numa sociedade, o conjunto de micro-grupos coexistente é tão importante como o índividuo.
Cada individuo tem algo para oferecer para a sociedade de modo a desenvolver e transformar um micro-grupo num grupo dinâmico utilitário.
Cabe-nos a nós como indivíduos esta tarefa, persuadir e fomentar o conceito utilitário como um grupo.

A competitividade intersocial é o acto maior de geração de riqueza individual dentro de uma sociedade.
Necessitamos de nos sentir competitivos para gerar algo produtivo colaborando e harmonizando os nossos ideais e valores e aumentando os índices de realização pessoal que influi directamente na motivação.
Um pequeno exemplo...se uma orquestra precisa de violinistas, ou já possuo a habilidade de tocar violino e aperfeiçoo a mesma ou aprendo a tocar violino e torno-me versátil...preciso é de me empenhar e ficar com essa vaga. Ou possuímos talento ou somos geradores de trabalho.
Precisamos de nos descolar do estigma em que temos que ficar agarrados à nossa formação, valores inertes ou a bloqueios sócio-culturais. Somos seres humanos completos, dotados de capacidades para realizar todas as tarefas com o mais alto grau de perfeição.
O problema de fundo associado é a vontade e a capacidade de gerar empenho seja limitante e limitada.

Um outro exemplo muito recorrente nos dias de hoje é o actual mercado de trabalho.
No determinado mercado x, desempenho a tarefa y.
Numa primeira análise, tenho de assimilar o mundo onde me insiro, mostrar que sou a melhor pessoa para esta tarefa e estar ciente, mantendo sempre níveis altos de rendimento porque no caso de falhar estará sempre um largo número de pessoas "ansiosas" por me ver cair, numa perspectiva oportunista.

Quanto mais profissional for, quanto maior riqueza produzir, quanto mais útil me apresentar, maior margem de progressão vou possuir.

Em suma:

"Não sei fazer" - Aprendo.
"Ninguém sabe fazer" - Encontro forma de o fazer, aprendo e valorizo-me.
"Precisam de alguém que faça" - Assumo a tarefa e transcendo-me.

Que a vontade de progresso prevaleça em relação a todos os outros factores.
Se a tivermos e agirmos, aí sim tornamo-nos úteis.

Somos um produto da nossa sociedade e como qualquer produto tem de gerar riqueza.

É este o meu prisma utilitário.

domingo, 21 de agosto de 2011

Nós



Vou esculpindo o desejo numa pedra
Eu moldo, eu toco, eu sinto...
Escapa-me apenas a distância.
Vou dissecando os teus traços.
Eu sonho, eu lembro, eu beijo...
Soa diferente, sabe a pouco.
Sabe a nada, sabe a falta.
Preciso desse amargo vazio
Pra saber como devo preencher.
Encho-me de ti, anseio-te perfeição!

O proclamado destino não existe!
É fruto da inocente utopia.
Mas buscamos felicidade...
Preserverança que invade.
Eu faço, eu erro, eu refaço...
A arte de falhar é perfeita!
Doce competência do erro
Que não cura, apenas enfeita.
Nosso amor vence, a nada deve.
Seremos o que quisermos escrever.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A vida de um tolo






De volta à música, de volta ao meu ponto de fuga habitual...a guitarra, foi assim que criei este poema que mais tarde puxou canção.
Hoje comecei pelo meu final...
Nunca tentaram inverter os referênciais?
Nunca sentiram um desnorte? Nunca sentiram aquele sentimento da sua irresponsabilidade?
Não ter pontos definidos, não ter um caminho...
Possuir espaço aberto onde quem nos guia são os sentidos e onde nos agarramos às boas sensações!
Sentir o nosso coração como um tambor, fazer parte da orquestra de vivências, juntar e fazer parte da melodia que é a nossa vida...a vida em cada sopro!
Fluir como um rio que corre.
Um murro na mesa à rotina...precisamos de dias assim!
Dias de vento...livres e no fundo, vivendo...como um tolo.



Sou aquilo que quiserem
Sou aquilo que escrevi,
Sou um pássaro ou uma fera,
Sou mais do que eu perdi.

Essa loucura dá-me esquiva
Vou dançando sempre assim.
Quero cheirar um pouco d'hoje,
Porque amanhã já me perdi.

É esta a vida de um tolo.
Trago-te perdida em cada sopro.
Junta-te a mim, bebe mais um pouco!
Não aguento mais, não tenho estofo...

Sempre soube o que me espera,
Sempre caí onde não te vi.
Sempre fui um esboço, uma merda.
Sempre fiz por me sentir assim.

Mas, nunca vou saber.
Então, pra que complicar?
Faz o que tens a fazer!
Alguém se vai orgulhar...

Alguém se vai orgulhar!
Quem se irá orgulhar?
Da vida de um tolo
De mim.

 Musica (download)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Movo-me a sorrisos...



A contingência das vicissitudes da vida leva-nos a sobrevalorizar cada vez mais os pequenos gestos, os pequenos contributos que cada ser humano fornece à sociedade, esta muda e nós, como camaleões empíricos, mudamos com ela.
Somos monómeros sociais trabalhando para formar um polímero globalizante.
Vivemos o quotidiano muito pressionados com os problemas pessoais, sócio-económicos e culturais.
No meu prisma sempre preferi os valores sobre os ideiais, o factor humano sobre o materialismo e por vezes os outros sobre nós próprios.
Faz-me sentir humano e isso deixa-me realizado.
Uma das moedas de troca que sempre aceito na minha taxa de cambio emocional é o sorriso, é impagável, intransferível e inigualável.
Prefiro sorrir e ver sorrisos do que ser o único sorriso.
O sorriso desbloqueia e salta enclaves emocionais.
Uma arma capaz de mudar o mundo.
Os sorrisos de quem me quer bem mudam o meu mundo, preenchem-me os sonhos e elevam a alma.

A todos eles um muito obrigado.


O passado foge-me do rosto,
Como a noite que se apressa em chegar.
Aquele terno vento de Agosto,
Aproxima, prende e faz-me ficar.

Há alguns laços que pecam por tardios,
Outros, chegam sempre cedo demais.
Nostalgia "obriga-me" ao teu doce frio.
O que me arrepia a alma e faz querer mais.

A cada passo, a cada pegada.
Em tons de sombra ou mesmo iluminada.
A ambos nada devo...a nada me falta.
Corro à minha volta sempre sem me encontrar.

Vagueio...perco-me dentro de mim
Neste caminho em que já não me sou.
Regressas-me...
Envolves-me na perfeição do conforto.
Abraço o suave consolo do teu sorriso.

Mostra-te assim, não deixes de sorrir!
Bebo um pouco do seu melhor trago.
Sou o seu amante inconstante, guardo-te.
Como é saudável o seu aconchego.
Quero-te bem...mas sinto-me egoísta.
Movo-me a sorrisos.
Movo-me do teu.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Levem-nos os sentidos!






Qual afinal a probabilidade do acaso?

Qual então a probabilidade de uma coincidência?

O acaso é um acontecimento possível estatisticamente mas muito pouco provável, realisticamente falando já que será dotado de um efeito demasiado aleatório.

Uma coincidência poderá advir de 3 considerações, 2 das quais plausíveis.

Primeiro, uma concretização de um acontecimento de probabilidade reduzida.
Segundo, uma conjugação de acontecimentos pouco previsíveis ou dois acasos.
Terceiro e último, um fenómeno metafísico que será o caminho fácil, a resposta vã e com um enorme carga subjectiva.

Todo o campo das probabilidades necessita de uma amostra e a nossa cognição assume a nossa "realidade" como tal.
É aí precisamente que erramos.
O que nos leva a pensar que conseguimos contemplar toda a nossa realidade formulando uma amostra com 100% de casos possíveis.
Somos realmente humildes...
Hipócritas e possessivos ao ponto de assumir uma realidade como nossa.
A realidade que supostamente conhecemos tem uma tamanha quantidade de erros empíricos que seria de uma transcendência surreal sequer pensar que conseguimos calcular as probabilidades associadas a acontecimentos.
As ciências nem sempre conseguem ser exactas e nem sempre o que acontece poderá ser científico.
A falha peca na análise porque não conseguimos incluir a sua dimensão.
O acaso será então um acontecimento inesperado, no fundo todos os fenómenos são frutos do acasos nesta vida...aos que damos valor, porque cruzam com os nossos interesses, chamamos-lhe coincidência porque é facilmente contemplada na nossa base de dados e na amostra de prioridades emocionais.
Coincidência será um acaso com alma!

O que nos surpreende afinal?
Nada nem ninguém...no fim de contas não passamos de egocêntricos passivos que não sabemos analisar variáveis.
Apenas sabemos viver.

O que nos guia afinal?
Nós próprios, pois então.

Ao menos...levem-nos os sentidos!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O nosso bem amado erro


Acordo cansado de sonhar...
Transpirado até, fruto da fertilidade das ilusões
Que geramos e onde estabilizamos sentimentos.


Será isto, assim, tão linear?
No papel assim se parece.

Nesta estrada de letras onde nos percorre a emoção
Desaguando sempre num qualquer recurso estilístico
Personificando o nosso medo de assumir afectos.
Transformando uma cativante história de amor,
Numa cadência decadente de sílabas.

É realmente difícil ser feliz.
Mas vale bem a pena esse esforço!

A Ciência que sempre nos nega,
Cuja fórmula química nos cega.
Omitindo o que os sentidos generosamente nos trazem,
De bandeja...
Nessa mesma, de um qualquer metal opaco
Construído com mãos de vida
Monótona perfeição adquirida
Pelo talento que o tempo ajudou a forjar.

Estas constantes areias movediças do nosso karma
Arrastam-nos para a dura e penosa realidade
E será uma questão de tempo.
Até vivermos presos.
Para sempre!
Junto dos nossos sempre fieis erros.

domingo, 24 de julho de 2011

Manifesto da superficialidade


Intrigante a forma como o termo "especial" se tornou tão vulgar nos últimos tempos.
Chega a ser irónico...
O termo literário não é dotado de uma fonética diferente, nem de um impacto linguístico como o seu significado sugere.
A nossa sociedade não consegue encontrar o sinónimo certo para o conceito...é um claro bloqueio de mentalidade. Não confundir com bloqueio mental porque se trata de um fenómeno cultural.
"Especial" precisa de ser raro, não necessita de ser diferente porque se essa linha ténue for transposta torna-o banal. Raro é curto, simples e honesto...demasiado humilde por vezes.
Qual será, afinal, o real valor de ser especial?
Materializando o termo, posso-o comparar a dar um toque de telemóvel ou a um toking (termo correcto).
Toking não é objectivo nem esclarece como uma chamada telefónica normal e por outro lado não é tão linear nem tão revelador como uma SMS.
A vulgaridade de ambos os conceitos é demasiado gritante.
Especial tem de ser inovador e empreendedor em vez de raro e diferente.
No campo emocional, temos que ter mente aberta não só em relação aos sentimentos mas como à sua causa/efeito e explicação.
Precisamos de ser técnicos...de sermos gestores, engenheiros e arquitectos emocionais.
Faz falta alguma linearidade alguma racionalização na análise.
Assumo, no fim de contas são emoções...sensações primárias inerentes aos animais mas e se apelarmos ao empreendedorismo emocional?
Sejamos empreendedores...
Sejamos gestores de emoções, arquitectos de amor e engenheiros de sonhos...
Porque não?
Estou farto de ser primário e básico...de ser especial, apenas mais um.
Quero ser "o", artigo definido.
Ser reconhecido.
Ser qualidade e não quantidade.
Inovar nas atitudes e ser empreendedor nas relações, amizades, nas abordagens ao ser humano.
Deixemo-nos de ter pessoas especiais nas nossas vidas...
Deixemo-nos de investir em pessoas especiais...
Vamos ser empreendedores na afectividade.
Eu aceito o desafio.
Vou inovar!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Se...






Assumo que sempre tive preferência por uma suposição em detrimento de uma dúvida.
A dúvida será sempre a incerteza emocional que mexe mais connosco, que nos exalta, que nos evade de uma conotação normalmente negativa e que a utilizamos para observar a realidade.
A suposição é uma hipótese sem método, a que nos suscita curiosidade sem nos desgastarmos com coisas fúteis, passo a redundância, emocionais.
É um processo que revela bastante inteligência porque pressupõe uma análise imparcial...ao contrário da dúvida.
Gosto de supor, de testar, de escrever em redor das suposições mas acima de tudo gosto de calcular a probabilidade das suposições estarem certas...e quando estão e são concretizadas transformam-se no mais puro acto de realização pessoal.
Foi assim, supondo entre as aliterações que cheguei a estas palavras...


Sim, sei.
Sei o que sentes quando sonhas sentada no sofá.
Se sei?
Sim. Cessei.
Saio sentido da solidão que supostamente suportava.
Sofro?
Sofro, sôfrego.
Sóbrio cingia-me a um simples sentimento que sonhava ser sintético.
Se...se se será só uma suposição?
Certamente...certamente se será só.
Cedo senti-o.
Cedo cedi ao céu cinzento.
Centrifugando sentimentos.
Sem solução.
Sem Ti.

sábado, 16 de julho de 2011

Mediocridade citadina


As nossas dimensões fazem-nos cegos.
Somos orgulhosamente desmedidos.
Sentimo-nos suportados pela grande cidade
Quando realmente sofremos de uma pequenês tamanha.

A atroz barbaridade do betão
Que ocupou a ordem natural das coisas
Impôs-se ao ciclo hidrológico.
Onde nem um mero barco de papel
Obteve permissão de terminar o seu destino.

Ali numa Rua qualquer, tão perto do Rio.
Engolido pela vanguarda.
Abraçado pelo calmo frio calcário
Mimado pela "pequenês" da cidade.

O pequeno determinado,
Bem mais cedo ou demasiado tarde,
Sabe que cumprirá o seu caminho.
Porque o intenso calor das luzes da Metrópole
Elevará a água do generoso Rio até às estrelas.
Onde o sonho fará chover mais uma noite...
Onde ele finalmente poderá retornar a sua casa.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Partiste...






Não é banal.
Nada é comparável.
Nada se torna tão difícil.
Como o bater do coração a ocupar a respiração.
Cada lágrima que me percorre o rosto
Rasga-me as memórias
De alguém que parte em breve.

A lembrança peca pelo tamanho da saudade.
O vazio é demasiado transparente.

A caneta esquiva que nunca falhou
Que se mostra dúbia e incrédula.
Uma folha que se recusa a aceitar...
A triste volatilidade das palavras.

Uma digna e sincera última homenagem.
As árvores acenam com o vento.
As nuvens dão as mãos em sinal de respeito.
Os sinos dobram e compõem a orquestra.
Um coro de dor, entoa a despedida.

Vai, bom homem, segue o teu caminho!
Mas não me leves o sorriso.
Perdoa-me o egoísmo!
Preciso de usá-lo com aquela magia...
Doce alegria que me ensinas-te.

Assim, encaro cada dia...contigo.
Ausente, mas com a tua alma no sorriso.
E um pouco mais abaixo.
No coração.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Traços de Noite



Passo demasiado tempo distraído.

Faz-me bem olhar um pouco para baixo.
Observar o paralelismo da calçada.
Notar que a sua simetria nem sempre é perfeita
Muito pelo contrário.
Dar importância aos pormenores que vivem na sombra,
Mas que acima de tudo nos suportam.

Preciso de noites sem luar
Para que a sua falta se faça sentir
Apesar de saber que ela estará por lá...
Algures, naquelas nuvens indefinidas
Que podem assumir qualquer forma
Menos a que realmente quero.

O vento do luar sempre incoerente
Traz-me o frio da incerteza.
Estranhamente, gosto daquele frio.
Uma sensação que me reconforta.
Afinal, sei que estarás por lá.
Sinto-te distante mas bem junto a mim.

Mesmo assim, não tens de aparecer.
Sei que no fim de contas
Todos temos a nossa calçada...
O nosso luar, o nosso caminho.

Resignado, saudosista, lírico...
Assumo que já partilhámos o mesmo luar.
Aquele bem eloquente.
Onde não mais precisei de olhar para baixo.
Onde tudo parecia bastante simétrico.
Estava contigo e isso bastava.


Hoje é lua nova.
Sinto a tua falta.
Espero outra noite
Espero por nós.

domingo, 10 de julho de 2011

Faz acontecer!


Li, algures um dia destes, a seguinte premissa "os melhores sonhos são aqueles que vivemos acordados".
Aprecio a vontade desta afirmação, mas permitam-me discordar.
Cada ser humano tenta moldar a sua realidade consoante os seus sonhos, idealizações e impulsos.
Uma idealização é um contexto teórico do sonho, o seu guião...o sonho apenas a sua vivência, a mais sensorial...a que contem mais libido.
Os impulsos são factores emocionais aleatórios que nos levam a agir sobre algo...normalmente constituem o trilho do sonho, o caminho que vamos percorrer mas não necessariamente aquele que temos de percorrer.
Quando por vezes o dia a dia não nos conduzem aos nossos objectivos e somos levados por falsos impulsos sentimos a necessidade do abrigo egoísta que o sonho nos fornece.
Não confundir com sono. O sono dá-nos forças, o sonho dá-nos o doce privilégio das emoções...a diferença de apenas um h que simboliza o sitio onde estamos para onde queremos realmente estar.
Assim, dissecando pelos sonhos cheguei a estas palavras...

Anda.
Vem me adormecer,
Em tom monocórdico.

À noite,
Meus ouvidos vêem
As soltas palavras...

Cativam,
Não só pelo som
Mas pela forma como se fazem sentir.

Faz acontecer!
Leva-me para essa esfera,
Onde só cabemos os dois.

Deixa-te envolver!
Vivemos de memórias,
Saborosas recordações...

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sábado, 9 de julho de 2011

SENTIMENTOS PERMEÁVEIS


A volatilidade, a permeabilidade e a incoerência dos sentimentos são os fenómenos cognitivos que mais me despertam curiosidade. Não só num sentido literal da palavra mas também no funcional.
Como que uma corrente de convecção se tratasse, sabemos que mais cedo ou mais tarde eles vêm ao de cima, os bons e os maus. Apesar de querermos sempre os bons, os que nos realizam e nunca esquecemos.
As palavras podem ser descontextualizadas, o olhar, a reacção espontânea que cada acção desencadeia não conseguem mentir, nós podemos sempre tentar mas somos seres sensoriais acima de tudo.
É aí que baseamos uma relação e que conseguimos diferencia-la.
Quem nos quer bem, importa-se e guarda o conforto das nossas palavras.
A quem somos indiferentes, apesar de quererem que fiquemos bem...deixam cair os sentimentos e vivências utilizando as palavras em vez dos gestos, das acções, da expressão dramática, que muito temos deixado perder nos dias de hoje.
O dom da palavra qualquer um tem, como arma nem todos a sabem manejar, como abrigo os que gostam de nós usam...com o "timing" certo só os amigos...nem a família por vezes tem o "stream" afinado.
A pensar nesse carrossel de sentimentos que estamos sujeitos...cheguei a estas palavras.


Exactamente, finge.
Embora saiba quem tu és.
Nunca pensei que sempre o fosses.

Realmente, admito.
Inesperada essa perfeição.
Esse teu papel, esquisso.

Rasgado ou com traços e vincos.
Noutro tempo foi uma agenda.
Ocupada com mentiras.

Inventa outra história,
Que essa tinta já não adere.
Recicla a estratégia,
Essa mesma, a que fere.

Dá-me aquela razão
Há muito prometida
Essa que não esperou,
Saiu, fugaz, esquecida.

São sentimentos permeáveis
Correspondem aos teus sintomas.
Só precisas de te prender a um,
Só um, o meu.

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domingo, 3 de julho de 2011

Heroína






Um estranho brilho no olhar.
Foi assim que começou, com um estranho brilho no olhar de um homem que transparecia uma falsa felicidade. Aqueles enganos que por vezes a vida nos coloca ou que nós como seres sociais nos colocamos a "jeito" para que isso aconteça.
A imagem com que fiquei daquele homem foi o suficientemente reveladora da sua vida, pequena e insignificante, engolida pela metrópole...enganada pelos sonhos cinzentos de uma cidade que vive demais da sua luz para perceber quem se encontra na sua sombra.
E foi também assim, que cheguei a estas palavras...


Por mais dez voltas que dê,
Não consigo libertar!
Ela devolve para dentro
O que nunca mais quis sair.

Sentimento viscoso,
Aquele que eu não queria.
O hábito não faz o monge,
Ele, fomenta a sangria.
--
Sem rumo, sem ceia...
Trigo ou a veia?
A minha Heroína,
Que me domina, que me bloqueia...

Sem rumo, sem ceia...
A mesma epopeia.
A minha heroína,
Que me fascina, que me anseia.
--

Verdade transparente,
Sua acidez é que mata.
Quero tanta libido!
O vicio faz-me falta.

Versos que já não rimam,
Nunca o foram outrora.
Nem literatura prozaica,
Consegue ler-me agora.

2011-02

Não vês um padrão?







Ignorar - não saber, desconhecer, fazer de conta que não se conhece.

Ignorância - estado de quem ignora, falta de ciência ou de saber, incompetência.

Existem várias situações na nossa vida em que nos debatemos com os vários significados do termo ignorar.
Ignorar por desconhecimento...perdoamos.
Por outro lado, fazer de conta que se desconhece...nunca mais esquecemos.
O acto de ignorar é o mais forte e o mais perigoso da nossa sociedade, já que a ignorância leva a um julgamento cego, a falsos juízos de valor, à descriminação, a uma fraca percepção empírica que reduz a capacidade de resolver problemas...os problemas dignos desse nome.
A ignorância leva também à ineficácia em resolver situações e conduz a uma falta de transparência...sobretudo nos sentimentos.
Foi a pensar no impacto da ignorância que cheguei a estas palavras...

O tempo urge, não espera,
A suposta decisão.
Quando a vida não opera...
Uma Revolta ou Consagração!

Não vês um padrão?
Não? Puxa o filme atrás.
Não te esqueças que eu tenho sempre o rei,
Mas tu nem sempre terás o Ás.

Largas a bomba, sem rasto,
Sobre a "minha" multidão.
Negas o efeito, nefasto.
Sobre o meu coração.

Não vês um padrão?
Não? Pára para pensar.
Que a minha vida não está nada bem...
Mas olha que tu não estás nada mal...

2010-12

musica: https://rapidshare.com/files/3048206941/Não_vês_um_padrão.wma

Chuva de Outono


Eu assumo que existem duas etapas no ano em que a nossa nostalgia está no nível máximo, a Primavera e o Outono.
A Primavera porque é o renascer, passo a redundância, outra vez...é o reconstruir da Natureza, o Sol a voltar a irradiar-nos com aquele calor saboroso e suportável.
O Outono, bem o Outono é um assunto mais complicado, é precisamente a altura onde elaboramos uma retrospectiva do ano, um pré-final de ano, um reforçar do saudosismo das coisas boas que o ano nos deu e nos trouxe, um solene adeus ao Sol, a altura em que nos fechamos e reflectimos se voltaríamos a fazer tudo o que fizemos, o tempo dos arrependimentos, das incertezas quanto ao futuro...mas também, o regresso da Chuva, não numa conotação negativa...o regresso da "boa" chuva, da que gostamos de sentir a percorrer o nosso rosto, aquela que nos lava a cara, mas também o sentimento.
Foi assim que surgiram estas palavras...que mais tarde adaptei para uma música.


Podes sentir-me como eu sou,
Mas nunca peças para eu também mudar.
Felicidade dói ao tocar com mãos de quem não te esqueceu.

És como Chuva de Outono...
leve, quente, vai e vem quando quiser.
Uma liberdade que quer prender!
Onde te posso encontrar?
--
Não dá!
Não dá mais para te ter,
Nesta Chuva de Outono,
Cedo tu vais entender.

Não há!
Não há espaço para sorrir,
Nesta Chuva de Outono,
Não te quero ver partir!
--
Podes descobrir quem eu sou
O sentimento é forte e não sai.
Quero sentir-te de novo.
Esse teu vento de novo.

Gota a gota vou renascer,
Sou como Chuva de Outono.
A cada folha que cai,
Outra está para nascer.

2010-11

musica: https://rapidshare.com/files/1290890615/Chuva_de_Outono_-.wma

27-12-2006





Como uma rotina, chegando a época Natalícia uma parte da população evade-se das grandes metrópoles regressando à sua Terra Natal, às suas raízes...como cidadão comum não sou excepção.
O frio, a calma, a falta de convívio com as pessoas que nos dizem mais no quotidiano reavivam os sentimentos e por sua vez a escrita...a lareira serve de consolo para a saudade.
Foi assim que cheguei a estas palavras.


Hoje, só hoje aceito.
Hoje, só hoje escrevo.
Tomo nota da tua ausência.

Naquela folha branca, nua, indiferente...
As doces palavras brilham, brotam, cantam...
Nem a noite apaga, nem o timbre desce.
Nem o amor acaba, nem o inverno aquece.

Na escrita, agrego o silêncio.
O silêncio, chama a razão.
Na razão consumo a falta.
A falta fere o coração.

Amanhã, só amanhã há poesia.
Amanhã, só amanhã eu queria.
Enquanto o lápis dormia, o sonho moldava...

sábado, 2 de julho de 2011

Bem vindos ao Traços e Esquissos!



Nunca sentiram a necessidade do silêncio?
Nunca precisaram de usar a inspiração do silêncio para verbalizar o que sentem?
Nunca sentiram a necessidade de contar uma história através de uma única imagem, sentimento ou situação?
Será esta a finalidade deste blog, usar as palavras como arma de contar sentimentos.

Bem vindos ao traços e esquissos.